terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Bala

by Renata I. Zimmermann

Hoje ganhei uma bala de chiclete
e senti-a atingir meus lábios
e chegar ao céu da boca
um gosto doce invadiu meu corpo
e a memória ativou momentos e lembranças
daquele pote que ficava em cima da mesa
e daquela pipa que ousava voar na primavera
dos cafés de barro que aprendi a preparar
ainda na infância para os amigos degustar
e a bala permaneceu fazendo festa
tal qual uma fada a me ativar
coisas da vida, passageiras mas nobres
que num simples ato pode te alegrar
lembrei dos sorrisos da quinta série
da brincadeira de roda
pega-pega e queimada
senti um gosto de fartura
de alegria e esperança
e ela foi ali, se remexendo
e espalhando graça
para qual foi idealizada
aquela bala...
que num simples gesto cumpre seu papel
é exemplo de vida
pra quem deseja um novo ano começar
cheia de esperança e ternura
não pergunta nada, apenas te ensina
deixe sentir e deixe fluir
a bala que te ensina
permitir-se sonhar...